Como o próprio nome sugere, esta matriz adota praticamente dos mesmos princípios que também vimos no artigo sobre o Diagrama de Ishikawa. Ela busca através da definição de variáveis de entrada chave – causas, identificar quais destas estão impactando mais diretamente no problema – efeito. É só conhecendo as principais causas de um problema que é possível atuar de modo agressivo, consistente e eficiente sobre ele.

Só que apesar de contemplar fundamentos muito parecidos com o diagrama de espinha de peixe, por se tratar de uma matriz e não de um diagrama, ela possibilita conhecer o processo sobre o qual está inserido a oportunidade-problema de uma maneira analítica totalmente diferente.

Depois de ponderar e selecionar quais destas inúmeras variáveis de entrada do processo mais estão interferindo no resultado final, a adoção de outras ferramentas de execução – como o Brainstorming e um Plano de Ação, por exemplo – podem ser empregadas coletivamente para conquistar assim um resultado muito mais eficaz.

A seguir, vou te apresentar um meio de como empregá-la através de um exemplo fictício bem simples envolvendo uma linha de produção de suco de uva. Vamos conferir?

Matriz de Causa e Efeito: um exemplo de como aplicá-la.

Neste processo produtivo, os responsáveis da empresa identificaram uma oportunidade de melhoria para se tornarem mais competitivos: aumentar sua produtividade desde que não impactassem simultaneamente o volume envasado de suco em cada um dos frascos.

Para isto, decidiram ambos se reunir para preencher uma matriz de causa e efeito. O primeiro passo foi mapear as principais variáveis de entrada e saída do processo:

Depois de mapear o processo, a segunda etapa foi definir os efeitos desejáveis para solução. Eles estipularam então 2 como os efeitos envolvidos: maior produtividade e volume de envase correto. Logo depois disto, ponderaram em uma escala de 1 a 5 o nível de importância de cada uma das destas duas saídas, e elaboraram uma matriz contendo estas informações:

Como visto ali acima, o terceiro passo foi preencher esta matriz com os valores de correlação entre os objetivos definidos como as saídas desejáveis e a cada etapa do processo. E com esta pontuação final, os responsáveis aplicaram o Diagrama de Pareto para priorizar suas ações e chegaram ao seguinte resultado:

Com este emprego da regra 80-20, os responsáveis pela oportunidade-problema definiram como somente 2 as etapas do processo que deveriam ter enfoque de atuação: II e I.

Com estas duas prioridades em mãos, partiram para o quarto passo da matriz de causa e efeito: seguir novamente com todos os passos, só que agora com envolvendo apenas estas duas etapas e suas variáveis de entrada.

Consequentemente, este novo preenchimento gerou uma nova análise por meio do diagrama de Pareto:

Com isto, os responsáveis por atuar sobre este problema de melhoria conseguiram descobrir as 2 variáveis de entrada chave –

[b] máquina de envasar e [d] velocidade da esteira – que mais impactam nos 2 objetivos para resolução – maior produtividade e dosagem conforme do volume de envase.

Como vimos neste simples exemplo que elaborei, a Matriz de Causa e Efeito pode ser utilizada para conhecer quais são as principais causas de um problema, ou – de acordo com a terminologia que usei no exemplo – as variáveis de entrada chave mais importantes que interferem em um efeito.

É só com este direcionamento que a energia, a motivação e o engajamento da equipe designada para atuar e resolver um problema ou uma oportunidade de melhoria podem então ser melhores aproveitadas!

Até o próximo,

Vinícius Silva