Marco Polo viveu entre o final do século XIII e início do século XIV, era um  mercador, embaixador e explorador veneziano e suas aventuras são contadas em As Viagens de Marco Polo, um livro que descreve as maravilhas da China, de sua capital Pequim e de outras cidades e países da Ásia. Diz a lenda que foi Marco Polo quem trouxe o macarrão para a Itália, o que parece pouco provável, mas fazendo uma adaptação livre de culinária e geográfica algo semelhante aconteceu (e está acontecendo) nos conceitos de gestão da produção do Lean para o WCM ou World Class Manufacturing. Uma metodologia (na realidade um conjunto grande delas) criado pela Fiat baseado nos conceitos do Lean.

Vamos fazer essa pequena viagem, tá preparado?

Esse é o primeiro artigo sobre WCM que publico aqui, mas provavelmente não será o último. Mas vamos direto ao que interessa.

O que é WCM?

O WCM em um conjunto de práticas que possui 10 pilares técnicos e 10 pilares gerenciais.

Os pilares técnicos são:

  1. Segurança ocupacional;
  2. Distribuição dos custos;
  3. Foco em melhoria;
  4. Manutenção autônoma e Organização do espaço de trabalho;
  5. Manutenção do quadro de profissionais da empresa;
  6. Controle de qualidade;
  7. Serviço logístico e de atendimento ao consumidor;
  8. Gerenciamento dos equipamentos;
  9. Desenvolvimento dos profissionais;
  10. Preservação do meio ambiente e economia de energia.

Os pilares gerenciais são:

  1. Comprometimento da gerência;
  2. Definição de objetivos claros;
  3. Criação de um “mapa de rotas” do WCM;
  4. Alocação de pessoal altamente qualificado em áreas que servirão como modelo;
  5. Comprometimento da organização como um todo;
  6. Busca da competência organizacional através da melhoria contínua;
  7. Tempo e recursos financeiros;
  8. Nível de detalhamento;
  9. Nível de expansão;
  10. Motivação dos operadores.

Isso já mostra porque serão necessários outros artigos para destrinchar um pouco mais o assunto, por outro lado a intenção não é apresentar todas as características e detalhes da metodologia. Existem várias empresas, consultores e outros blogs que fazem isso muito bem. Minha intenção será apresentar uma visão mais prática e mais ligada a gestão do dia a dia no chão de fábrica baseado nos pilares do WCM.

Quero começar pelo pilar gerencial “Alocação de pessoal altamente qualificado em áreas que servirão como modelo“. Para mim esse pilar é importante porque une dois pontos importantes: pessoas e máquinas; eu explico.

O grande problema para mim (e acredito para muitos que vão implantar uma metodologia, qualquer uma) é a grande quantidade de teoria onde tudo parece que funciona perfeitamente, só que na hora de aplicar as coisas não funcionam como se espera e como sabemos “na prática a teoria é outra”.

O pilar “Alocação de pessoal altamente qualificado em áreas que servirão como modelo” propõe criar uma área modelo, ou uma máquina modelo, onde serão aplicadas as técnicas e serão testadas, na prática, o que funciona já no princípio da implantação e o que vai precisar de ajustes ao longo de tempo. Todas as práticas são aplicadas, testadas, validadas, etc. primeiro na área modelo para depois serem replicadas em outras áreas. Uma coisa extremamente importante é a alocação de pessoal altamente qualificado, notou a estratégia? Os processos são implantados pelos funcionários mais experientes em uma área que servirá de referência para o restante da fábrica. Uma forma sugerida na literatura é pegar máquinas ou áreas que tenham baixo desempenho na produção (gargalo), alocar os melhores funcionários por um tempo e iniciar o processo nesse conjunto: melhores funcionários + piores máquinas/áreas.

A grande vantagem é que o investimento e o impacto serão mínimos e o aprendizado prático poderá ser transferido aos poucos para as outras áreas. Ao final dessa experiência com área ou máquina modelo, você terá um documento com as práticas experimentadas e como elas ajudarão na solução dos problemas, e esse conjunto de melhores práticas serão difundidas de forma muito mais orgânica pelo chão de fábrica. Outra coisa importante, uma máquina ou área que era a ovelha negra da produção se transformará em referência para o resto da empresa, com baixíssimo custo ou até já gerando algum lucro.

Quem lê meus artigos nesse blog sabe que defendo exatamente esse modelo de implantação de metodologias e processos e também para os nossos clientes na implantação do Kite MES. Comece pequeno, em uma máquina ou duas (ou um pequeno setor) e vá expandindo conforme a prática, a nova cultura e o investimento forem dando retorno. Foi por essa razão que criamos a possibilidade de locação do Kite MES e esse modelo se encaixa perfeitamente nesse pilar do WCM.

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