cristo Calma, a copa já acabou e eu não vou falar de futebol, nosso assunto continua sendo tecnologia para a gestão da produção. Aproveitando que tudo está voltando ao normal vou apresentar alguns fatores que diferenciam a gestão da produção alemã e a brasileira e nesse caso acho que 7 x 1 para eles seria pouco, a diferença é maior que isso.

Conheço várias indústrias, já visitei inúmeras plantas de vários tipos de produtos diferentes, vários tipos de processo. Uma coisa que é comum na indústria brasileira é o fato de não incomodar a todos os atores de haver desperdício (ou se preferir perdas) no processo produtivo, sempre reiterando a existência de honrosas exceções, exceções essas que confirmam a regra.

Eu sei, você vai dizer que isso é cultural, temos a cultura do desperdício, desperdiçamos água, tempo, energia, etc mas, quando isso implica na sobrevivência corremos o risco de não estarmos vivos para contar história. O desperdício passa desapercebido quando se tem abundância, não é o caso do mercado para as indústrias brasileiras e aí a situação fica complicada.

Talvez por terem passado e sido derrotados em duas guerras no século passado os alemães adquiriram a cultura do não desperdício. A Alemanha tem menos da metade da população brasileira com 81,8 milhões de habitantes, 357.021 quilômetros quadrados contra 8.515.767 quilômetros quadrados do Brasil, 23 vezes maior. Esses números, na realidade, não significam nada, a não ser para dizer que é possível a indústria brasileira ser competitiva tanto quanto a alemã, não temos problema de território ou população, nossa grande diferença é cultural. Muito bem, mas como mudar a cultura no que diz repeito a produção? Mudança de cultura leva tempo. Atualmente menos tempo porque a informação é difundida mais rápido e é possível acelerar muito esse processo. Eu sugiro começar por um ponto que acho crucial. Pelo menos os gestores de produção devem se incomodar, e muito, com qualquer perda que ocorra na produção, não se deve encarar que é “assim mesmo”, ou que “sempre fizemos dessa forma”. Essa é a receita para o fracasso. Mesmo que não seja possível fazer nada para mudar é importante se incomodar sempre com isso, não é normal, não pode ser normal.

Eu poderia dizer o mesmo para o Felipão, utilizar técnicas ultrapassadas, não aproveitar das tecnologias disponíveis e imaginar que o improviso vai resolver tudo permite concluir que sete a um foi pouco. Ou nós mudamos nosso processo ou vamos assistir os alemães nas próximas finais de copa do mundo. Deixa pra lá,  eu disse que não iria falar de futebol e o Felipão nem é mais técnico da seleção…

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