Pibinho e a Gestão da Produção

Mais um ano e estamos diante de um crescimento pífio da economia brasileira, o ministro diz que vai ser 4%, os economistas dizem que vai ser 3,5 % e no final acabamos com menos de 1% de crescimento. O que é pior é que o setor industrial deve cair 0,5%, os “especialistas” dizem que não há investimento, que é necessário investir mas quem administra uma indústria, ou no caso a produção de uma indústria não é bobo, sabe que para investir é necessário ter informações confiáveis.

No primeiro artigo deste blog falamos da necessidade de aumento de produtividade das indústrias brasileiras para enfrentar os desafios que pareciam (e ainda parecem enormes), clique aqui para ler o artigo. O ano de 2012 mostrou que as coisas não são tão simples como tentam nos convencer. Se baixar a taxa de juros, a indústria deslancha; se o real desvalorizar frente ao dólar, fica mais fácil exportar e as indústrias vão crescer; com redução de impostos, a indústria fica mais competitiva – tudo isso aconteceu e nada foi capaz de aumentar o investimento industrial. Por que?

Tanto na crise quando no crescimento, tanto na tempestade quanto na bonança parece senso comum que o ideal para reduzir ou investir é ter informação, saber responder onde, qual, porque, quanto, ou seja, se esta em crise e vai se reduzir a produção da indústria vai se reduzir o que? Vamos demitir funcionários, quem, quantos? Se for para investir, onde será? Mais máquinas, mais funcionários? Ou vamos treinar os funcionários que já temos? Aliás eles precisam de treinamento? Qual? Quem precisa mais?

Parece certo que, assim como está ocorrendo com o tempo, as vezes chove demais em um lugar e nada em outro, os furações são mais fortes, os tsunamis mais comuns, os momentos de crise e crescimento também se alternarão cada vez mais, a indústria terá que se reinventar com mais frequência, tomar decisões mais rápidas e mais precisas, correndo mais risco.

Visitando indústrias a gente percebe que o nível de informação sobre a produção é muito baixo. Normalmente são poucos os dados disponíveis sobre a produção da indústria e quando se tem informação ou ela é imprecisa e não existe confiança para chegar a alguma conclusão ou já está desatualizada e não adianta mais.

Seja em tempos de baixa ou em tempos de alta, a necessidade informação sobre máquinas, funcionários, fornecedores, matéria prima, nível de produção, enfim tudo o que acontece na produção são fundamentais para se tomar alguma decisão, seja de investimento, seja de corte. Não ter a informação correta e em tempo hábil faz com a gestão da produção, a resposta aos desafios, seja impossível ou no mínimo muito arriscada.

E aí, quanto o Brasil vai crescer em 2013? Você tem alguma palpite? Vamos lá, pode chutar, todo mundo chuta mesmo. Acho perda de tempo ficar tentando avaliar isso. Trabalhando com o que já aconteceu e utilizando o texto do Celso Ming no Estadão citando o professor Júlio Gomes de Almeida, da Unicamp. “2012 foi um ano perdido para a indústria”.

Essas medidas não resolvem nada, o negócio é trabalhar duro, fazer as coisas certas no momento certo. Como estão as coisas na sua indústria? Precisamos trabalhar e esquecer o resto, não vão fazer nada por nós.