produtividade

O primeiro artigo da série nesse blog foi “Produtividade: O desafio das empresas Brasileiras” (lá se vão mais de 3 anos). De lá pra cá o aumento da produtividade, em particular no setor industrial, passou de uma das opções para a única saída para a crise.

Não dá para manter um crescimento sustentável com redução de impostos, principalmente se esses impostos são reduzidos para alguns setores em detrimento de outros. Esse modelo se esgotou. Mais cedo ou mais tarde o Brasil irá se abrir mais para o mundo e os produtos importados entrarão com mais força. E esse dia não está longe.

Em matéria de fevereiro desse ano a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontava que “Produtividade brasileira é a que menos cresce em relação a 11 países

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Um dos problemas era a defasagem do câmbio, sem dúvida. O Real caro tornava os produtos brasileiros pouco atrativos.

Mas e agora? O Real está próximo de R$ 4,00. O que está faltando?

Por enquanto a pressão por aumento de salários estará arrefecida em função da recessão, mas esse arrefecimento não será para sempre e, mesmo com recessão, teremos aumento de greves em 2016. Os trabalhadores irão lutar por, pelo menos, a recuperação da inflação em torno de 10% neste ano.

Não existe outro caminho. Ou aumenta-se a produtividade, se produz mais por menos, ou a empresa será engolida pelos produtos importados em algum momento no futuro. E a desvalorização do Real somente não será suficiente para segurar o faturamento.

Em 2011 (quando as coisas ainda pareciam boas) um artigo publicado no site do Insper intitulado “Como salvar a indústria brasileira?” alertava para o excesso de protecionismo da indústria brasileira e mesmo assim os produtos importados entravam no Brasil com valores competitivos e com muito mais qualidade.

“Como podem os carros coreanos, por exemplo, chegar ao nosso mercado com qualidade tão superior aos produzidos aqui na mesma faixa de preço? Na verdade, a “invasão” de produtos industriais importados no nosso mercado doméstico reflete, em grande medida, o diferencial de produtividade entre o Brasil e os seus principais parceiros comerciais, que é acentuada no caso da indústria.”

O problema é o que  autor aponta como solução para o aumento da produtividade:

“Políticas como a criação de um instituto de pesquisa para a indústria, a concessão de bolsas de estudo no exterior para alunos da área de exatas, aumento da qualidade da educação básica e programas nacionais de ensino técnico são corretas.”

De certa forma isso foi feito e o autor concluí:

“Entretanto, só terão efeito no médio prazo. Até lá nossos empresários terão que inovar se quiserem sobreviver.”

Uma frase famosa em economia diz que: “No longo prazo todos estaremos mortos”.

No caso da indústria brasileira talvez seja: no médio prazo todos estaremos mortos. Não existe mais opção, o governo estará nos próximos anos em resolver os próprios problemas. Problemas, aliás, criados pelo governo.

Daqui a alguns anos veremos que só sobreviveram os que investiram em aumento da produtividade, para o restante o médio prazo terá encerrado.