Vilfredo Pareto (1848-1923) foi um economista político e sociólogo italiano que muito provavelmente você não tenha ouvido falar. Pelo menos não pelo nome, mas pelo conceito que ele publicou: o princípio de Pareto.

Conheça a história por trás da ferramenta.

Perto da virada do século XIX para o século XX, Pareto divulgou seu estudo sobre a distribuição de renda e da propriedade de terra em seu país, a Itália. Ele chegou à conclusão de esta distribuição não ocorria de maneira uniforme. Muito pelo contrário, ele compreendeu que em média eram apenas 20% dos habitantes que detinham 80% de toda a renda e terras italianas; enquanto que os outros 80% dos habitantes se dividiam com o restante.

E, portanto, nascia daí o princípio pela qual se tornou uma das ferramentas mais utilizadas no ambiente empresarial: o Diagrama de Pareto.

Todavia, foram somente alguns anos mais tarde que este conceito fora adotado no ambiente empresarial, e obviamente, de forma estruturada, tornando-se de fato uma ferramenta da qualidade. Isto ocorreu graças ao guru da qualidade Joseph Duran (1904-2008), que percebeu que a teoria de Pareto era aplicável inclusive ao mundo dos negócios e assim, orientou a criação do diagrama que leva o nome do italiano.

Prioridade: entenda por quais motivos ela é tão necessária.

No contexto industrial estamos munidos de tarefas e atividades que parecem às vezes nunca terminar, não é verdade? Só que a rotina de qualquer que seja a função de um funcionário contempla suas pequenas decisões de organização para lidar de modo eficiente com a sua demanda de trabalho.

E está aí o conceito de prioridade. Compreender a importância de priorizar suas tarefas e responsabilidades de acordo com a função que ocupa é essencial para ser avaliado como um profissional competente e eficaz, certo? Este mesmo conceito vale para a resolução de problemas e quaisquer outras atividades dentro de uma organização.

Para exemplificar vou citar três exemplos:

Exemplo 1: Pense no inventário de produtos acabados da sua empresa. Os mais diferentes tipos de mercadoria que estão estocados supostamente não possuem a mesma quantidade, isto é, eles obedecem ao princípio de Pareto, em que 20% destes materiais devem representar 80% de toda a quantidade total em estoque.

Exemplo 2: Imagine que faça parte de uma equipe part-time que trabalha para melhorar o desempenho de uma máquina. Várias ideias e soluções foram listadas em um evento de Brainstorming. Eles serão todas aplicadas? Muito provavelmente não, mas independente disto elas serão avaliadas e priorizadas. E respeitando o princípio de Pareto, podemos dizer que apenas 20% delas corresponderão a 80% da melhoria do desempenho total da máquina.

Exemplo 3: Suponhamos que sua fábrica tenha 10 clientes e que os dirigentes estão buscando levantar o quanto cada um deles interfere no lucro da empresa. Nem preciso dizer que em média, de acordo com a Regra 80-20, apenas 2 clientes que representam 20% correspondem a 80% do lucro, certo?

Resumindo, a prioridade não é só usada no âmbito pessoal como também empresarial. Saber quais as melhores ações, decisões e tarefas cumprir torna o resultado final muito mais eficaz.

Os 7 passos para elaborar o diagrama de Pareto:

  1. Listar as causas: considere causas como eventos em função de um efeito. Para facilitar, pense em causas como os “x” e efeito como o “y” de uma função de primeiro grau. Ou seja, liste todas as causas (x) que estão interferindo no resultado (y).

  2. Ponderar as causas: depois de listadas, vamos ponderá-las. Como? Estabelecendo métricas que possibilitem sua comparação de forma preferencialmente quantitativa. Como exemplo: a causa-A equivale a 3 unidades, a causa-B equivale a 5 unidades, a causa-C equivale a 4 unidades, e por aí vai…

  3. Deixar em ordem decrescente: ordene esta ponderação em ordem decrescente, de maneira que a causa com indicador mais elevado esteja acima, e assim sucessivamente. Esta organização é essencial para gerar depois o gráfico de Pareto de acordo com os seus requisitos.

  4. Calcular o percentual: calcule a soma dos valores de todas as causas e, por fim, calcule o percentual equivalente a cada um destes indicadores, de modo que se conheça assim o quanto cada causa tem de interferência no resultado como um todo.

  5. Classificar o percentual acumulativo: de modo sequencial, some célula após célula os valores percentuais de cada causa. Somente com esta tarefa você já conhecerá quais são as principais causas que estão interferindo no resultado. Porém, para maior facilidade de compreensão é recomendado seguir para a próxima etapa.

  6. Gerar gráfico: por fim, vamos agora gerar o diagrama de Pareto. Para isto, você deverá inserir em apenas um diagrama 2 intervalos de dados. Quais? Entendendo que no eixo das abscissas (x) deverão ser anotadas as causas e no eixo das ordenadas (y) os resultados em função de cada uma delas, um gráfico de barras poderá ser montado para representar os indicadores de cada causa, e outro gráfico de linha para corresponder aos valores percentuais.

Quer descobrir de forma mais visual como montar o diagrama?

Mesmo com este artigo que escrevi, caso você tenha ficado com alguma dúvida na elaboração do diagrama, eu trago agora duas dicas que poderão te ajudar ainda mais se quiser montar a ferramenta no Excel:

Primeira: clique aqui para baixar um conteúdo auxiliar da Voitto em formato de e-book. Ele poderá te ajudar de forma mais visual e dinâmica como seguir os passos sequenciais e assim conseguir de fato montar o diagrama de Pareto.

E segunda: fique à vontade para comentar e pergunar aqui no Blog da Kite e tirar as suas dúvidas!

Até o próximo,

Vinícius Silva