Tempestade de ideias: você já deve ter ouvido falar disto, certo?

O Brainstorming, termo em inglês que significa debate, é utilizado com este mesmo fim: produzir em grupo – de preferência multifuncional – a maior quantidade de ideias possíveis sobre qualquer coisa ou qualquer problema. Todavia, muito ainda se confunde no ambiente empresarial achando que esta técnica é apenas um bate-papo informal, e não é!

Por ser de fato uma técnica muito empregada pela gestão da qualidade para a resolução de problemas e a melhoria de produtos e processos, ela conta com algumas recomendações de aplicação para assim ser possível retirar o máximo de ideias e soluções prováveis sobre o tema. E pra isto, ela conta com 2 tipos de uso:

Brainstorming Estruturado

Esta técnica funciona de forma sequencial e progressiva. Ou seja, um grupo é reunido para discutir e debater sobre ideias para resolver um problema ou melhorar um processo, por exemplo, e o líder do Brainstorming vai anotando em um quadro – ou até mesmo em seu notebook – as ideias que estão sendo geradas e informadas sequencialmente por cada integrante, um de cada vez.

Para controlar o tempo de geração de cada ideia pode-se estabelecer um tempo limite usando um cronômetro, para que desta forma o engajamento e a motivação da equipe se mantenha sempre alta durante todo o funcionamento.

O ponto positivo aqui é que todos participam, até os mais tímidos, já que para informar sobre sua ideia cada membro da técnica deverá esperar a sua vez na rodada. O ponto negativo é que desta forma, muito provavelmente poderá haver certa competição entre os membros por quem irá gerar as melhores ideias, além de também ocorrer uma certa pressão inconfortável por entre aqueles que não são tão criativos assim.

Brainstorming Não-Estruturado

Já a técnica não-estruturada acontece de forma diferente, ela não funciona em formato sequencial e permite que cada integrante revele as ideias no momento exato que as tiver. Isto é, o grupo é reunido e ideias são expostas de forma aleatória entre os integrantes.

Nem preciso comentar que o ponto negativo aqui é que os mais tímidos tenderão ficar mais receosos em expor suas ideias e serem criticados, certo? Como ponto positivo podemos considerar que não existe aquela pressão da técnica estruturada, de ser obrigatória a participação de todos os envolvidos com suas ideias.

3 dicas para ter um Brainstorming mais eficaz:

Líder: estipule um líder para a aplicação da técnica. Ele pode ser o responsável pelo problema que está sendo debatido, ou pela melhoria no processo ou no produto que está sendo proposta, ou até mesmo ele seja o supervisor ou responsável do setor onde as ideias serão realmente implantadas.

Quantidade é bom: no decorrer da reunião, estimule a geração de ideias sem ponderação alguma. Qualquer ideia, mesmo que pareça de início utópica, pode estimular o desenvolvimento de outras mais realistas. Aqui vai aquele jargão popular: quanto mais melhor!

Sem moderação: assim como escrevi acima, não vale fazer cara feia ou tirar sarro da ideia do colega. É de responsabilidade do líder deixar bem claro isto antes de iniciar a técnica. Ideias serão ponderadas e analisadas somente depois, e não agora. Deixar todo o grupo confortável para expor suas soluções é primordial.

OK, entendi como funciona, mas então como eu uso para aumentar o OEE?

No caso do OEE, você pode usar esta técnica junto ao seu setor de duas maneiras: para averiguar soluções ou para descobrir as causas mais prováveis de um problema, seja ela decorrente de uma queda no desempenho de algum de seus 3 índices (disponibilidade, eficiência ou performance, e qualidade) ou com objetivo de elevar seu desempenho previamente.

Entretanto, a técnica de Brainstorming cai muito bem – e ouso dizer que é até recomendada – sua aplicação em paralelo a outras ferramentas da qualidade e dentro de uma metodologia de resolução de problemas ou oportunidades, seja ela PDCA ou DMAIC, por exemplo. Se você não leu sobre esses temas leia os artigos anteriores, clique aqui.

Para exemplificar a aplicação ao OEE vamos pensar assim:

“Um problema em tal linha de produção surgiu, seja ele qual for; encontrar as causas através de dados e informações já existentes é o primeiro passo, e somente caso não conseguir sucesso com este histórico aí sim vai bem a aplicação da técnica aqui; encontradas as causas elas serão ponderadas; e através desta ponderação serão geradas ideias para resolvê-las; ideias estão que serão novamente ponderadas e transformadas em soluções”.

Para ponderá-las você pode empregar o Diagrama de Pareto e para organizá-las você pode usar o Diagrama de Ishikawa. Através do Brainstorming você poderá tanto encontrar causas desconhecidas quanto apontar as soluções mais inovadoras e viáveis possíveis, de forma que o OEE da sua área sempre se mantenha controlado e em contínuo crescimento!

Até o próximo,

Vinícius Silva