Antes de te apresentar um exemplo de como elevar o OEE com o Diagrama de Ishikawa acho importante abranger também um pouco da história por trás do Controle da Qualidade Total (TQC), além das indispensáveis contribuições que o Dr. Kaoru Ishikawa (1915-1989) deixou para este programa e para toda a gestão da qualidade atual, pode ser?

Um pouco da história do Controle da Qualidade Total (TQC):

Dr. Kaoru Ishikawa foi um notório químico japonês que contribuiu de forma muito significativa tanto para a aplicação dos princípios e conceitos do Controle da Qualidade Total (TQC) – inicialmente propagada por gurus norte-americanos – quanto pelo desenvolvimento de novas práticas e fundamentos neste programa que se aplicavam não somente em empresas no Japão, como também em outras de todo o mundo.

O Controle da Qualidade Total (TQC) surgiu através do cientista norte-americano Armand Feigenbaum (1922-2014), tendo consideráveis contribuições futuras inclusive por outros gurus da qualidade, como o estatístico William Deming (1900-1993), o consultor Joseph Juran (1904-2008), além do próprio químico Kaoru Ishikawa, por exemplo.

Este programa conceituava as práticas modernas mais sustentáveis de gestão com o objetivo de conscientizar o valor da qualidade a todos os colaboradores e demais envolvidos. Ele foi transmitido na segunda metade do século passado ao Japão ao lado de outras ferramentas da qualidade já adotadas por empresas norte-americanas pioneiras no assunto.

As 3 principais contribuições de Ishikawa para a Qualidade:

Com esta difusão de conhecimento em escala global, Ishikawa pode assim colaborar de modo muito mais relevante com seus estudos e pesquisas sobre práticas e ferramentas para elevar a Qualidade de toda uma empresa. As suas 3 principais contribuições para a gestão da qualidade você irá conhecer logo abaixo.

Círculos de Controle da Qualidade (CCQ): Ele foi um dos gurus que mais enfatizou a necessidade de aproximar o valor da qualidade ao valor humano através da conscientização – algo tão incentivado nesta nova versão da ISO 9001 de 2015. Estes CCQ’s representam justamente isto: a empresa promove eventos voluntários para o aumento da qualidade onde grupos de funcionários se juntam para resolver problemas crônicos através do debate de ideias para gerar as soluções mais vantajosas. Prática esta muito parecida inclusive com os eventos Kaizen

Diagrama de Ishikawa: diagrama de espinha de peixe ou diagrama dos 6M’s (mão de obra, material, método, máquina, medida e meio ambiente) é uma ferramenta da qualidade que possibilita visualizar de forma muito mais clara e oportuna as principais causas que interferem no resultado de um problema (efeito).

Organização das 7 ferramentas da qualidade: para Ishikawa, 95% dos problemas contidos em uma organização poderiam – e podem – ser resolvidos através de 7 ferramentas da qualidade das quais ele listou: Diagrama de Pareto, Diagrama de Ishikawa, Histograma, Checklist, Gráfico de Dispersão, Fluxograma e Cartas de Controle. Esta organização possibilitou maior autonomia para as próprias empresas resolverem seus problemas de maneira interna, sistemática e estruturada, já que podiam encaixá-las no próprio Ciclo PDCA.

Como adotar o diagrama de Ishikawa para aumentar meu OEE?

Como disse lá na introdução, vou explanar este campo com um exemplo:

“Supomos que você identifique que uma de suas linhas de produção teve nesta semana seu OEE reduzido pelo índice Qualidade por estar com problemas para produzir produtos em conformidade com as características exigidas, e que você, ao lado de todos os demais envolvidos estão buscando resolver este problema da forma mais rápida e eficaz”.

Para início de conversa, você pode buscar conter este problema na linha e continuar produzindo – desde que estas não conformidades não estejam ocorrendo novamente. Depois disto, você pode agora se reunir com a sua equipe e demais envolvidos para adotar o diagrama de Ishikawa com o objetivo de encontrar as causas raízes deste problema, quer ver como?

Sabemos que o problema é: “Produção de produtos fora da especificação na linha B (por exemplo)”.

Como causas decorrente deste efeito indesejado poderíamos listar: erro operacional (mão-de-obra), matéria-prima inadequada (material), instrução de trabalho necessitando de revisão (método), linha operacional com defeitos (máquina), definições de parâmetros na máquina e no instrumento de medição incorretas (medida), temperatura e umidade do ar interferindo no produto (meio ambiente), e muitas outras, não é verdade?

Ok, encontramos várias causas, mas e agora, o que fazer? Agora deverão ser identificadas as causas prioritárias – aquelas que mais impactam no efeito. Depois de priorizar as causas, ideias para solucioná-las poderão ser encontradas. Todas estas ideias geradas se tornarão novamente em ideias priorizadas. E com base nestas últimas é possível agora elaborar um plano com as ações mais eficazes para atacar o problema!

Duas dicas extras de conteúdo:

Primeiro, para saber como gerar ideias de forma estruturada através do Brainstorming recomendo que você leia um artigo bem legal que foi publicado aqui no Blog da Kite na semana passada justamente sobre esta técnica: Descubra como o Brainstorming pode aumentar o OEE.

E segundo, para descobrir como priorizar causas e ações te indico outro artigo que escrevi bem bacana também: Diagrama de Pareto: descubra como obter um resultado mais eficaz!

Até o próximo,

Vinícius Silva