Indústria Alimentícia

Nos últimos meses, temos visitado uma série de plantas de indústrias alimentícias dos mais variados portes e localidades, e constatamos uma série de fatores que nos levou a escrever este artigo. O que mais nos chamou atenção foi que o MES (Manufacturing Execution System) ainda não é devidamente difundido entre essas indústrias, o que não ocorre apenas em indústrias nacionais de pequeno porte, mas também em algumas das maiores indústrias de alimentos do mundo.

Além da falta de conhecimento sobre a existência de um MES, essas indústrias possuem alguns problemas consideráveis no que diz respeito à gestão de execução da produção. A gestão empresarial é feita de maneira avançada através de ERP de mercado, e o chão de fábrica é moderno, com máquinas de ponta. Porém, na produção, que é o coração da indústria, não existe nenhuma, ou pouca, gestão: produtividade, tempo de produção, parada de máquinas, volume de refugo gerado, tempo gasto com manutenção etc.

Vimos a produção de um alimento que é um top-of-mind na sua categoria ser realizada por máquinas que exigem um processo em um timing exato, porém que trabalham com um controle totalmente desintegrado. O alimento é cozido em uma máquina e resfriado na outra para, posteriormente, receber outros ingredientes, porém não é coletada nenhuma informação sobre perdas, tempo de produção, quantidade de produtos embalados por minuto. O processo é 100 % automatizado mas praticamente não é gerido.

No caso das indústrias pequenas, nós estimamos que grande parte delas ainda não saiba da existência de um MES. Elas sentem a necessidade de controlar melhor a produção, porém não sabem que existe algo para ajudá-la nesse sentido. Prova disso é que uma das indústrias que nos procurou solicitou desenvolvimento sob encomenda de um software que atende justamente os requisitos de um MES – nosso produto.

Já em uma indústria maior, o que vemos são os gestores da produção que sabem que precisam controlar a produção, mas que usam formas precárias para fazê-lo: anotam as informações manualmente em papel e posteriormente as lançam em uma planilha Excel para fazer a tabulação dos dados. Neste caso, além do risco de falha humana, existe um processo manual que pode ser custoso para a empresa, uma vez que o profissional que faz esse controle manual poderia ser destinado para outra função. Além disso, a coleta manual traz um alto grau de incerteza, será mesmo que nossa produtividade é tão ruim assim ou estamos medindo errado? Isso causa paralisia na tomada de decisão.

A indústria alimentícia segue uma série de boas práticas que estão relacionadas à qualidade e higiene. É notável a limpeza e organização dentro no chão de fábrica, e vemos que existem normas rígidas que devem ser seguidas para garantir a qualidade do produto final. Mas, no que diz respeito a controle e gestão da produção, o segmento ainda é muito despreparado.

Elencamos algumas vantagens que notadamente são perdidas na ausência de um MES em uma indústria alimentícia:

  • Monitoramento da produtividade de pessoas e máquinas
  • Controle do tempo de parada e manutenção de equipamentos
  • Maior acuracidade com os prazos de validade dos produtos
  • Melhor controle da qualidade do produto final
  • Controle do volume de refugo gerado por falhas durante o processo

Além das 5 vantagens acima, destacamos uma que está diretamente relacionada com as normas e práticas da indústria alimentícia, que é a possibilidade de implantar o MES, nesse caso estamos falando do Kite MES, sem a necessidade da instalação de cabeamento, uma vez que o coletor AcquaDat é totalmente sem fio. Mais fiação em uma linha de produção que prima por 100 % de higiene implica na paralisação da produção por um grande período enquanto o sistema MES está sendo instalado.

Nossa sugestão para uma indústria alimentícia que deseja iniciar com MES é que ela inicie um projeto pequeno, com poucos coletores na planta. Em poucos meses, ela notará um aumento significativo nos níveis de OEE e um controle que, no longo prazo, potencializa o retorno de investimento na tecnologia MES, e ainda em outras que trabalham integradas à ela, como o ERP, e ainda com grande potencial de melhorar o controle de qualidade do produto final.