Como com qualquer métrica, o OEE ( lembrando que o OEE é o índice mais importante da Manutenção Produtiva Total – TPM) pode ser mal interpretada e mal utilizada. Na realidade, isso ocorre com certa frequência.

Analisarmos os erros cometidos no uso do OEE não é um problema, é uma necessidade. Ao invés de dizer: “o OEE é ruim” (e jogar fora o bebê junto com a água do banho), vamos analisar os fatos e mal entendidos e ver como o OEE pode realmente ajudá-lo.

De forma simples podemos entender que o OEE atribui um valor numérico à uma oportunidade de melhoria. Ele utiliza dados de disponibilidade, desempenho e qualidade produzida por uma determinada máquina e diz:

Quantos produtos foram produzidos de forma correta na primeira vez (ou seja, sem nenhum defeito)num determinado período de tempo, comparando ao que se esperava que fosse produzido nesse mesmo período de tempo?

Em outras palavras é: quanto essa máquina é eficaz dentro de seu fluxo de valor, ou seja, quando gera lucro? Ela permite que você atenda à demanda atual ou futura do cliente? Se não (e isso é crítico), o OEE ajuda você a analisar as razões dos problemas e como você pode corrigi-los.

As características do OEE

É importante lembrar que o cálculo OEE se baseia nas “6 grandes perdas” de TPM. É um índice que representa a taxa de operação efetiva para uma máquina ou linha de produção sincronizada – em outras palavras, a porcentagem de tempo em que o equipamento ou linha está operando efetivamente e eficientemente. Isso se traduz na porcentagem do produto produzido em comparação com o que poderia ter sido produzido no horário agendado.

As 6 grandes perdas

Disponibilidade (tempo de inatividade) 1. Falha do equipamento (avarias)
2. Configuração e ajuste
Desempenho (velocidade) 3. Ocioso e paradas menores (micro paradas)
4. Redução da velocidade de operação
Qualidade (defeitos) 5. Defeitos do processo (sucata, reparos)
6. Redução do rendimento (do início da operação à produção estável)

 

 

 

 

 

 

Já falamos em outros artigos sobre cálculo do OEE, e você pode ler mais aqui, aqui ou aqui.

OEE não é TPM (e outros mal-entendidos)

O OEE é o índice mais estreitamente associada ao TPM, mas o OEE não é equivalente ao TPM. Em sua concepção, TPM não é sobre métricas complexas; trata-se de desenvolver as capacidades das pessoas, é muito mais relacionamento do que cálculo. Todo mundo deve estar envolvido em perseguir os objetivos duplos de falhas zero e zero defeitos. Produção, manutenção e engenharia formam uma parceria eficiente, e os operadores compartilham “propriedade” das máquinas, todo mundo deve se sentir “dono” do chão de fábrica. As novas atitudes e comportamentos resultam em uma mudança cultural que melhora o moral, impulsiona a melhoria contínua, metas de confiabilidade total do ativo e apoia iniciativas enxutas (lean).

TPM é fundamental para alcançar o fluxo de produção enxuta, porque o fluxo não pode acontecer sem máquinas e processos confiáveis. Por sua vez, uma boa compreensão do OEE promove um esforço eficaz de TPM.

Como OEE engloba uma série de informações em um único número ele é muito  poderoso. Mas isso também pode tornar difícil calcular e gerar confusão na hora da interpretação.

Normalmente se tem problemas que se tenta:

  • Usar OEE principalmente como um KPI de alto nível (indicador de desempenho chave)
  • Ver o OEE como uma medida externa que tem significado para os clientes
  • Multiplicar OEE através de várias máquinas em um departamento ou planta (esse é bem comum)
  • Calcular OEE em cada peça que a máquina produz, lembre-se OEE é um índice global da máquina (overall)
  • Avaliar o próprio OEE contra uma medida OEE de “classe mundial”
  • Concentrar-se no número para seu próprio bem em vez do contexto de melhoria
  • Usar o OEE como num clube e melhores empresas ao invés de um critério para a melhoria contínua

Em artigos futuros vamos dar uma olhada em quatro maneiras principais que o OEE pode ser usado eficazmente para realmente ajudá-lo.

Esse artigo foi baseado e traduzido do original da revista Industry Week: “OEE – Learn How to Use It Right” e você pode ler o original clicando aqui.