Cálculo de OEEHá algumas semanas atrás o leitor deste blog Jônatas fez algumas colocações e dúvidas a respeito do cálculo do OEE relativo a empresa onde ele trabalha.

Achamos as dúvidas muito pertinentes e resolvemos nesse artigo reproduzir as dúvidas e as respostas.

Isso pode ser importante para outras pessoas que estejam implantando ou pretendam implantar medição de OEE na produção.

Vamos as colocações do Jônatas:

“Estou com uma dúvida, onde trabalho estão implantando a OEE, o que acontece é que ao final de uma determinada peça se leva em torno de 2 a 3 horas para a próxima montagem, na minha opinião esse tempo seria uma parada programada, pois a empresa está ciente da programação e entrada/troca de peças…mas não é isso que é feito fazendo a disponibilidade sempre dar baixa. Com isso também a meta é muito alta e impossível de ser alcançada, exemplo: trabalho 444 minutos em um dia normal(22:39 – 06:03), desconsidera-se o horário de refeição(normalmente é o único descontado). A velocidade da máquina é de 30 peças/minuto, então: 444(total) – 60(refeição) = 384 que por sua vez multiplica por 30 (peças/minuto) = 11520 peças…. normalmente não se chega nem em 5000, principalmente por conta da desmontagem/montagem, o que o senhor acha?”

E a resposta do Artur, o Gerente de Tecnologia da Kite:

“Existem diferentes visões em relação ao tempo de Setup e isso depende de para que o OEE está sendo utilizado, vou te dar dois exemplos:

1) Avaliação de ROI – Retorno de Investimento:

Se o OEE estiver sendo utilizado para avaliar determinada máquina em relação ao retorno financeiro, ou seja, foi investido determinado valor para a compra dessa máquina e calculado um período de retorno financeiro. Esse cálculo é baseado em especificações do fabricante, inclusive alguns fabricantes informam, em relação à máxima capacidade, qual é a porcentagem que eles garantem atingir dessa capacidade, pois existem manutenções preventivas, é um exemplo, que devem ser consideradas para esse cálculo.

Portanto, será que essa máquina está sendo usada da maneira que foi especificado nesse cálculo, ou seja, será que o retorno financeiro será como calculado ou não? Nesse caso, a máquina está lá para produzir, mas indisponível por um problema de manutenção ou Setup. Portanto o Setup é um problema e deve ser considerado como indisponibilidade da máquina e afetar o OEE como determinado.

2) Produtividade:

Mas não estou querendo medir o retorno de uma máquina, o que é mais comum, e sim sua produtividade para,com dados históricos, se será possível atingir ou não o planejamento ou mesmo se alguma produção irá atrasar para que ações sejam tomadas. Nesse caso você está correto.

O tempo padrão é calculado pela engenharia usando Tempo Máquina e Tempo Homem. No caso do Tempo Homem leva-se em consideração todas as operações de abastecimento, desabastecimento, preparação, deslocamentos etc; e o Tempo Máquina é o ciclo de máquina que pode ser melhorado com o auxílio da automação. Ainda nesse cálculo, é considerado uma fadiga que pode incorporar algumas paradas que ocorrem na produção como Ginástica Laboral e também o Setup.

Setup? Sim, existem casos que o Setup é tão pequeno e ocorre frequentemente durante o turno produtivo que pode ser incorporado no tempo padrão. Mas pelo que entendi não é seu caso.

Um Setup de 2 a 3 horas já me assusta, mas acontece e ele pode ser considerado Parada Planejada, mas precisa ter cuidado na especificação desse tempo. Será que o esperado é 2 a 3 horas realmente? E obviamente trabalhar com ferramentas teóricas como o SMED ou outra ferramenta de Lean para reduzir esse tempo.”

Aproveito para convidar a todos, que considerarem oportuno, que façam comentários dos nossos artigos.