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Gerenciar a produção é uma tarefa difícil, ainda mais em momentos de crise.

Gerenciar a produção, em momentos de crise, e sem informação eu diria que é uma atividade para “magos”.

Para qualquer tomada de decisão é fundamental que se tenha informação confiável. É por isso que a coleta dos dados da produção é tão importante. Você pode estar diante do gráfico mais bonito do mundo. E simplesmente ele não significa nada. Pior, pode ser que indique o caminho errado.

No artigo da semana passada falei do já conhecido (e pouco compreendido) índice OEE e de um menos conhecido, o índice AU (se você ainda não leu clique aqui). Esses índice são, reconhecidamente, muito importantes para a tomada de decisão; porém se não houver os dados corretos sobre o que está acontecendo no chão de fábrica esse índices não significam nada. Ou, como já disse, pode ser pior. Podem significar o caminho errado.

Nesse artigo vou apresentar os tipos de dados que podem, facilmente, ser coletados automaticamente e o que normalmente são informados pelo operador.

Vamos lá.

Como já disse, é fundamental que exista um meio de obter as informações da produção de forma automática, ou seja, sem necessitar que os operadores gerem as informações e ainda que essa coleta de dados seja em tempo real. Mas quais são informações que se podem ser (e devem ser) capturadas dessa forma?

  1. Ciclo de Máquina: É o tempo que a máquina ou linha leva para produzir um novo produto. Com um sensor na máquina ou na linha é possível obter esse valor a cada produto fabricado.
  2. Paradas: É possível obter o início e o fim de parada de máquina ou linha. Considere que a máquina ficou parada mais de 10% do tempo padrão, com essa informação é possível detectar o início parada de forma automática. Mas alto lá? Pode ser que a máquina não parou de fato, só diminuiu o ritmo, então temos nesse caso as micro paradas. Quando a máquina voltar a funcionar é detectado o fim da parada. Temos início e fim da parada.
  3. Micro Paradas: São paradas muito rápidas, alguns segundos, e que são imperceptíveis se não for monitorada automaticamente. Micro Paradas não caracterizam paradas, mas são na realidade queda no ritmo da produção. No caso do OEE não afetam a disponibilidade , mas sim o desempenho da produção.
  4. Quantidade produzida. Como contamos o ciclo de produção, temos o total produzido a qualquer momento.
  5. Refugo: É possível ler o sinal toda vez que um produto for refugado. Nesse caso a informação irá reduzir do total produzido o que foi refugado e temos então a quantidade de peças boas produzidas

Com esses dados é possível ter  os 3 índices que compõem o OEE (ou o AU): Disponibilidade, Desempenho e Qualidade, e em tempo real.

Um erro que se comete é não considerar a importância do Tempo Padrão, também chamado de tempo ideal ou ainda de Ciclo de Máquina. O Tempo Padrão irá determinar se a produtividade está boa ou ruim. Definir valores de Tempo Padrão sem uma metodologia pode gerar índices de OEE acima de 100%, o que é bastante estranho mas acontece.

Caso não se tenha o Tempo Padrão próximo do real a própria coleta de dados automática (por exemplo, por um mês) permitirá que o próprio sistema forneça esse dado. Mais um ponto para a coleta automática.

Os dados que são difíceis (mas não impossíveis) de se obter de forma automática são, por exemplo:

  1. Sintoma da Parada
  2. Número da Ordem de Produção
  3. Operador(es) que está(ão) executando as atividades de produção
  4. Técnico(s) que está(ão) executando atividades de manutenção

Nesse caso será necessário que o operador ou o técnico forneça a informação digitando no coletor de dados ou lendo código de barras, mas nesse caso a máquina estará parada o que, em tese, não afeta a produtividade.

Lembre-se que a coleta de dados deve ser a parte mais importante sobre a avaliação de uma ferramenta para gestão da produção. Tenha sempre dados confiáveis  e terá gráficos que além de bonitos, tem informação confiável.