Não sei se você percebeu, mas na imagem interna no último artigo, que fala da teoria da indústria 4.0 (se você não leu clique aqui), e que mostra a cronologia das revoluções industriais, as 3 primeiras revoluções industriais citadas apresentam mudanças diretamente ligadas ao chão de fábrica.

A Revolução Industrial propriamente dita está relacionada ao uso de máquinas a vapor para fazer trabalhos que antes eram executados utilizando a força humana ou animal (normalmente cavalos, daí aliás vem a expressão horse power ou HP, ainda hoje falamos de “tantos hp” para falar de potência, ou em português cavalo-vapor para medir potência e vale 735,5 watts). Isso na prática criou o que chamamos de chão de fábrica.

A segunda revolução foi basicamente quando Ford mudou o processo de produção criando as linhas de produção e definindo uma forma de se produzir em grande quantidade, produção em massa. Essa mudança no chão de fábrica fez com que fosse possível controlar a produção, medir tempos, especializar máquinas, etc.

A terceira revolução, que já não tem tanto impacto assim se comparado as duas anteriores, é a introdução da energia elétrica, motores elétricos e do uso da eletrônica no controle das máquinas. As máquinas passaram a ser automáticas e o auge dessa mudança é o uso de robôs no chão de fábrica.

E chegamos a quarta revolução que está em curso agora. Falam de Big Data, Computação nas Nuvens, Internet das Coisas. Ué, mas e o chão de fábrica, o que vai acontecer (ou está acontecendo) no chão de fábrica?

Já existem sensores que permitem obter informações da produção como temperatura, pressão, vazão, pH, umidade, etc. e enviar diretamente a uma aplicação web. Porém como a maioria das fábricas já possuem sensores instalados essa mudança levará um bom tempo para acontecer. De qualquer forma, como a quantidade de sensores em uma planta é muito grande um dado de um único sensor não trará muita informação que possa ser utilizada em tempo real. Será necessário sistemas que com Inteligência Artificial que utilizem esse grande número de informação (Big Data) e façam a “tradução” para os gerentes da planta.

Mas existe um vácuo que já foi preenchido no chão de fábrica. Ao automatizar a fábrica, e por razões que não vem ao caso agora, nada foi feito no sentido de informar a gerentes o que ocorria na produção. Cada máquina era isolada da outra e do restante da planta, e a gestão era feita “as cegas”.

Vou mostrar aqui como essa base tecnológica pode ser aplicada no chão de fábrica e permitir aproveitar de todos esses conceitos “revolucionários”. Vamos ver como é possível ter uma Indústria 4.0 na prática.

Normalmente eu chamo o Kite MES de “Solução Kite MES”, e não é retórica. O Kite MES é composto de duas partes bem distintas:

Um coletor de dados desenvolvido para ser capaz de retirar toda a informação que seja necessária e esteja disponível na produção. O coletor possui rede sem fio Zig Bee(para permitir a instalação sem a necessidade de passar fios por toda a produção), embalagem de metal robusta, entradas de sinal isoladas e interface homem-máquina simples e intuitiva. Isso permite ter dados reais em tempo real.

Um software web based que permite o acesso as informações através da internet, robusto e ágil. O software é executado em um servidor e qualquer equipamento conectado na rede corporativa permite acesso aos gráficos em tempo real. Qualquer equipamento mesmo, incluindo tablets e smartphones.

Sem essas duas bases tecnológicas seria impossível atingir os objetivos que desejávamos. Temos hoje clientes com 4 e outros com mais de 400 coletores. Tudo funcionando 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem interrupção. Temos aí IoT porque os dados dos coletores são apresentados em relatórios em tempo real por qualquer browser. Apesar de hoje a informação estar em servidores locais em todos os clientes da Kite, eles poderia perfeitamente estar utilizando as “Nuvens” (Cloud Computing). A quantidade de informação produzida a cada segundo na produção é enorme (Big Data), esses dados precisam ser “minerados” (Data Mining Computing) e analisados por ferramentas de Business Intelligence.

Ah! Então você quer dizer que instalar o Kite MES na minha indústria faz com que se torne uma Indústria 4.0?

Não vou dizer que tem tudo o que dizem que esta ou estará na indústria 4.0, mas com certeza é o que o estado da arte permite fazer de melhor no chão de fábrica.