Almoço Grátis

A frase “Não existe Almoço Grátis” é antiga e foi popularizada na década de 70 pelo economista Milton Friedman, que a utilizou como título do livro, mais sobre a frase clique aqui. Nesse artigo vou aproveitar a frase para tocar em um assunto que parece não ter importância mas que mostra como se pode perder tempo, produtividade e dinheiro com pequenos atrasos na hora de almoçar, de tomar café, ir ao banheiro. Parece um exagero mas vou mostrar dados reais que avaliamos em uma empresa (sem citar o nome, é claro). Vamos lá.

O relatório abaixo mostra o tempo que os operadores levam para almoçar. Pegamos um dia aleatoriamente.

Atraso após o almoço

 Note que excluindo alguns apontamentos errados, como por exemplo 32 segundos (ninguém almoça em 32 segundos) a grande maioria dos operadores atrasou muito mais que o limite, sendo que o tempo planejado é de 1 hora e 10 minutos, um tempo bem razoável.

Vamos transformar esse tempo em valor.

Analisando os 43 apontamentos de Horário de Refeição temos uma média de 1 hora, 25 minutos.

Se o tempo planejado é de 1 hora e 10 minutos temos uma perda de aproximadamente 15 minutos por refeição

Supondo que a média se mantenha por um mês de 25 dias úteis:

25 * 15 min = 375 min por mês por operador

Ou 375 min / 60 = 6,25 horas / mês por operador, quase um dia inteiro de trabalho só em atrasos após o almoço.

Imaginando o custo médio de R$ 1.500,00 (salários mais gastos com impostos, férias, FGTS, etc.) por operador temos:

1.500,00 / 25 dias / 8 horas = R$ 7,50 por hora, esse seria o custo médio por hora.

Continuando a análise, temos 6,25 horas de perda no mês por operador.

Considerando 100 operadores temos:

100 * 6,25 h = 625 horas por mês em atrasos

 625 h * R$ 7,50 = R$ 4687,50 por mês para os 100 operadores.

Conclusão, levando em consideração o simples atraso para retorno da refeição temos uma perda por mês de R$ 4687,50, então considerando 11 meses de trabalho, porque nas férias o operador não tem como se atrasar.

O valor por ano são incríveis R$ 51.562,50 ou seja mais de 50 mil reais por ano.

O que você acha?

Uma análise simples mostra que os operadores e os gestores da produção não sabem realmente o custo desse “pequeno” atraso. Coisas simples como essa fazem a nossa produtividade ser muito mais baixa que de outros países e nos tornam menos competitivo.

Além do almoço não ser grátis ele pode também sair bastante “salgado” no final das contas.