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O que fazer quando o consumo do produto cai? Ou o que fazer quando a demanda é menor que a capacidade de produção?

Todos os momentos são críticos para uma indústria mas, as crises são particularmente perigosas porque erros cometidos nesse momento podem retirar completamente a capacidade de recuperação da empresa no futuro.

Demitir funcionários parece uma ser uma unanimidade, mas é realmente simples fazer isso? Quais são as pessoas que farão mais falta em uma retomada no futuro? Até quando se está eliminando “gordura” e qual o momento em que se passa a cortar a própria “carne”?

Nesse artigo vou analisar algumas ações que podem ser tomadas em momentos de crise e quais as vantagens de uma produção lean quando é necessário reduzir a produção.

Começando pelo fim: Porque uma produção lean esta mais protegida em momentos de crise?

A grande diferença e a base de uma linha de produção lean é o fato de ser puxada, ou seja, se a demanda diminui a produção diminui. E, o mais importante, como isso faz parte da natureza da produção existem ações definidas do que fazer quando a produção diminui e isso já é planejado de antemão. Uma linha de produção puxada é o sonho de consumo de qualquer indústria, mas é uma situação que demanda muito trabalho e acompanhamento contínuo, seja nas “vacas gordas” ou nas “vacas magras”.

Bom, mas a maioria (ou quase todas) das indústrias não tem a produção puxada, e aí, como faz?

Uma resposta rápida para a pergunta  O que fazer quando não tenho nada pra fazer? poderia ser, faço nada, no melhor estilo Garfield. Mas isso não funciona para uma indústria, os custos continuarão, principalmente se a produção for mantida nos níveis anteriores a crise e o estoque de produto acabado irá crescer até que a situação do mercado se altere (alguém aí sabe quando vai ser?).

A resposta Garfield para a indústria é: Férias Coletivas. Paralisa-se completamente a produção e se espera que a demanda, mesmo reprimida, dê conta do estoque de produto acabado. Parece uma boa solução, mas não é. A menos que se saiba quando o mercado vai reagir, dar férias coletivas para o pessoal da produção é empurrar o problema pra frente. Quando todos voltarem, e se as vendas não retornaram, o estoque volta a crescer. Isso cria também uma grande mal estar, as pessoas querem ficar de férias quando a situação está boa e não com uma espada no pescoço. Outro fator é que a redução nas vendas não é constante, um número fixo, a redução ou aumento nas vendas flutuam ao longo do tempo, então como saber quantos operários e de quais setores estarão em férias coletivas?

Vamos analisar algumas ações para esses momentos de crise:

  1. É fundamental conhecer a produção, isso significa conhecer equipamentos e equipes o mais profundamente possível. Ações corretas só poderão ser tomadas se o conhecimento sobre a realidade da produção for conhecida. Se essa informação não estiver a disposição, não tem o que fazer, é férias coletivas e esperar pra o ver o que acontece. Tem uma vela aí?…
  2. Supondo que se conheça a realidade da planta, o primeiro passo é aproveitar o momento para fazer a manutenção ou troca dos equipamentos que venham sendo adiados. As trocas são mais difíceis porque não foram planejadas, e como se está cortando até o cafezinho, talvez não exista espaço para trocas. Ponto para a produção puxada que permite esse planejamento.
  3. O segundo passo se refere ao pessoal da produção, com o histórico de capacidades e principalmente de incapacidades de cada funcionário, esse é o momento ideal para treinamentos, alguns exemplos:
    1. Lean Manufacturing. É importante o pessoal saber as práticas de lean.
    2. MES. A gestão da produção com uma ferramenta como MES irá facilitar a vida do operador, principalmente em momentos de crise.
    3. OEE. O principal índice que mede a produção ainda é desconhecido de muitos gestores, o que dizer do pessoal da produção. Use os e-Books da Kite se quiser, temos um bom material para treinamentos, e de graça. Quer fazer o download de algum e-Book? Clique aqui.
    4. SMED. Setup continua sendo um dos principais problemas de atrasos na produção. Escrevi um artigo a respeito, para ler clique aqui.

Existem outros treinamentos que podem ser aplicados, o problema é definir o que fazer, como fazer, quanto vai custar, já no meio da crise. Mas antes tarde do que nunca.

Conclusão: O pior a fazer nesse momento é não fazer nada.