E já são 6 anos de Blog do Kite MES e mais de 300 artigos (primeiro artigo de 06 de junho de 2012).

O primeiro artigo do Blog, que reproduzo hoje é uma homenagem as empresas, que mesmo contra a maré, investem em produtividade. Felizmente ou infelizmente é a única saída, na nossa opinião, para a crise eterna que vivemos, mas ao que parece ainda estamos tentando resolver as coisas de outra forma (quem sabe quando o Blog fizer 12 anos, ou talvez 120!?), ou melhor, da mesma forma, cometendo os mesmos erros.

Já virou clichê, mas ainda é muito válida a frase que Einstein nunca disse:

“A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes.”

E como insanos, também temos direito a insistir no mesmo tema, ainda que sendo uma gota nesse imenso oceano. E aproveitando que somos uma empresa de Minas Gerais e como pretensos Inconfidentes do Chão de Fábrica, poderíamos chamar esse Blog de “Produtividade, Ainda Que Tardia”. É esse o time que torcemos e essa é a nossa bandeira, pra sempre.

Releia o texto do artigo de 04 de junho de 2012.

Porque a indústria brasileira ainda tem necessidade de proteção, de medidas pontuais? Porque setores precisam de redução de impostos? A resposta parece fácil: “Não são competitivas. A produtividade é baixa. O câmbio defasado.”

Pelo menos é isso que os economistas dizem, uns a favor outros contra a redução de impostos, e isso já faz bastante tempo. Claro que existe o famoso “Custo Brasil” que impede que as indústrias sejam mais produtivas mas será só um problema financeiro/econômico? Como uma indústria sabe se está sendo produtiva?

Muitas empresas que conheço tem a produção administrada como uma caixa preta, entra matéria prima sai produto acabado, tem-se perdas, atrasos, desperdícios, mas quanto? Como? Onde?  Aí vem o problema não se sabe, trabalha-se com a experiência de profissionais com muitos anos de casa, é o famoso “Sr. Sabe Tudo”, que sabe tudo o que se precisa saber para tocar a produção mas ele vai se aposentar um dia, e aí…

E aí toda a informação vai junto com  o “Sr. Sabe Tudo” e essa informação, mesmo com o “Sr. Sabe Tudo” em ação não é precisa, é humanamente impossível controlar tudo e ter dados para tomar decisões que podem implicar em um grande aumento ou uma grande redução do lucro.

Quase todas as indústrias já fizeram o investimento em gestão financeira, gestão de recursos humanos, gestão de compras, enfim quase todas já possuem um ERP mas e quanto a produção? Qual o sistema para gerenciar as informações na produção? Aliás, isso é incoerente porque a produção ou os produtos são a razão de ser de qualquer indústria, mas é justamente a produção que ficou a margem da gestão informatizada. Existem muitas razões para isso:

Custo. Os custos envolvimentos em equipamentos para o chão de fábrica são altos e exigem pessoal técnico especializado. A automação industrial não é responsável pela gestão. mas sim pela automação de máquinas, processos, etc. E cada PLC normalmente trabalha de forma isolada ou em grupos mas para controlar uma determinada operação.
ERP. Os ERPs prometem realizar a gestão da produção, possuem módulos para isso, mas e quanto aos dados? Como obter dados confiáveis. Bom, isso não é responsabilidade do ERP e aí a gestão fica impossível se não se tem dados precisos para tomar qualquer decisão.
Tempo Real. A produção opera em tempo real, muitas das ações devem ser tomadas no momento da ocorrência do problema, depois de algum tempo não adianta mais. É claro que é importante possuir históricos para a análise e o planejamento futuro. mas muitas ações necessitam ser imediatas.
Por isso é importante para que a indústria aumente a produtividade, seja mais eficiente e competitiva que os gestores da produção tenham informação de qualidade e em tempo real. É claro que isso sozinho não vai resolver todos os problemas da indústria brasileira, mas continuar como estamos hoje, gerindo a produção as cegas, tomando decisões atrasadas e muitas vezes equivocadas não vão tornar as indústrias brasileiras competitivas para o que vem por aí nos próximos anos.